ISS Cuiabá/MT 2024 – Prova de Contabilidade Comentada

E aí pessoal, tudo bem?

Estou disponibilizando a análise das 25 questões de Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e de Custos que foram cobradas pela banca FGV na prova de Auditor Fiscal da Pref. de Cuiabá/MT (ISS Cuiabá).

Esta prova foi aplicada em 15 de dezembro de 2024 e cobrou conceitos relacionados aos diversos Pronunciamentos Técnicos, como de costume em provas da FGV.

No meu entendimento algumas questões foram mal elaboradas, a ponto de duas delas não apresentarem Balanços Patrimoniais que seriam informações absolutamente necessárias à análise. Bizarro! Além disso, há outras questões que geram interpretações diferentes da adotada pela banca examinadora.

Esperamos que a banca anule as questões, muito embora, conhecendo o histórico da FGV, eu não duvide que nada aconteça…

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Vamos, então, para a análise das 25 questões de Contabilidade cobradas na prova do ISS Cuiabá/MT.

Prova de Contabilidade Geral


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 31/12/2023, uma sociedade empresária apresentava os seguintes saldos em seu balanço patrimonial:

Disponibilidades: R$ 20.000; Clientes (120 dias): R$ 100.000; Fornecedores: R$ 110.000 (30 dias); Móveis e Utensílios: R$ 180.000; Patrimônio Líquido: R$ 190.000.

Em 02/01/2024, a sociedade empresária procurou o seu cliente, com o intuito de obter o adiantamento do valor a ser recebido, objetivando ter saldo em caixa para pagar a dívida com fornecedores.

Foi acordado que o cliente pagaria R$ 98.000 em 20/01/2024, de modo a extinguir integralmente o valor que era devido, de R$ 100.000.

A diferença entre o saldo que estava no ativo e o valor recebido, de R$ 2.000, deve ser reconhecido como

(A) perda.

(B) outras despesas.

(C) despesa financeira.

(D) despesa operacional.

(E) conta redutora do ativo.

RESOLUÇÃO:

Questão que trata de um fato contábil típico na Contabilidade: a concessão de um desconto condicional (também chamado de desconto financeiro) em virtude do recebimento antecipado de uma duplicata. O lançamento contábil é o seguinte:

            D – Bancos            R$ 98.000            ( ↑ Ativo)
            D – Descontos Passivos            R$ 2.000            ( ↓ Resultado)
            C – Duplicatas a Receber            R$ 100.000            ( ↓ Ativo)

Os descontos passivos serão apresentados na DRE como despesas financeiras.

Portanto, correta a alternativa C.

GABARITO PRELIMINAR: C


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Uma sociedade empresária tem como diretriz básica informar separadamente, em suas demonstrações contábeis, os efeitos econômicos sobre os ativos e os passivos, as receitas e as despesas, em geral, evitando realizar compensações entre os valores. De acordo com a NBC TG 26 (R5) – A apresentação das Demonstrações Contábeis, a diretriz adotada está

(A) incorreta, uma vez que as normas de contabilidade exigem que os elementos patrimoniais e de resultado sejam apresentados em grupos.

(B) incorreta, uma vez que a compensação garante melhor comparabilidade entre as contas, além de produzir informações mais tempestivas.

(C) incorreta, uma vez que a informação resumida é mais eficiente, já que reduz os custos de preparo da entidade que reporta e de interpretação, do usuário.

(D) correta, uma vez que a compensação prejudica a capacidade dos usuários de compreender as transações, eventos e condições ocorridos e de avaliar os fluxos de caixa futuros da entidade.

(E) correta, uma vez que a entidade que reporta tem plena autonomia para decidir o modo de apresentação dos elementos patrimoniais e de resultados em suas demonstrações contábeis.

RESOLUÇÃO:

Segundo o item 32 a entidade não deve compensar ativos e passivos ou receitas e despesas, a menos que a compensação seja exigida ou permitida por um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC.

Por fim, o item 33 diz que a entidade deve informar separadamente os ativos e os passivos, as receitas e as despesas. A compensação desses elementos no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado, exceto quando refletir a essência da transação ou outro evento, prejudica a capacidade dos usuários de compreender as transações, outros eventos e condições que tenham ocorrido e de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A mensuração de ativos líquidos de provisões relacionadas, como, por exemplo, provisões de obsolescência nos estoques ou provisões de créditos de liquidação duvidosa nas contas a receber de clientes, não é considerada compensação.

Assim, correta a alternativa D.

GABARITO PRELIMINAR: D


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) A mensalidade de uma escola era de R$ 4.000. Em dezembro de 2023, a escola anunciou que, para incentivar a antecipação do valor, daria um computador de presente aos alunos que pagassem antecipadamente, em janeiro de 2024, a mensalidade de todo o ano. O contrato previa que não haveria devolução do valor recebido dos alunos e nem do computador, mesmo se o aluno saísse da escola. Trinta alunos pagaram o valor antecipado em janeiro, de modo que a escola distribuiu trinta computadores nesse mês. Cada computador era vendido por R$5.000, no entanto, como a escola comprou em quantidade, teve um desconto de 10% sobre o preço. O reconhecimento da distribuição dos computadores na Demonstração do Resultado do Exercício da escola é

(A) R$ 135.000 em janeiro.

(B) R$ 150.000 em fevereiro.

(C) R$ 150.000 em fevereiro.

(D) R$ 11.250 de janeiro a dezembro.

(E) R$ 12.500 de janeiro a dezembro.

RESOLUÇÃO:

Segundo o item 22 do Pronunciamento Técnico CPC 47 no início do contrato, a entidade deve avaliar os bens ou serviços prometidos em contrato com o cliente e deve identificar como obrigação de performance cada promessa de transferir ao cliente:

(a) bem ou serviço (ou grupo de bens ou serviços) que seja distinto; ou

(b) série de bens ou serviços distintos que sejam substancialmente os mesmos e que tenham o mesmo padrão de transferência para o cliente.

No caso em tela notamos que a o valor anual da escola é de R$ 48 mil (12 x R$ 4 mil). Muito embora a escola cite que “daria um computador de presente aos alunos que pagassem antecipadamente” sabemos que na realidade não existe “almoço grátis”…

Para a Contabilidade vamos considerar que neste contrato há uma venda de serviços educacionais e uma venda de um produto (computador).

O próprio item 24 do Pronunciamento Técnico CPC 47 cita o seguinte:

24. Um contrato com cliente de modo geral declara expressamente os bens ou os serviços que a entidade promete transferir ao cliente. Contudo, as obrigações de performance identificadas no contrato com o cliente podem não estar limitadas aos bens ou serviços que são expressamente declarados nesse contrato. Isso porque um contrato com cliente pode incluir também promessas que sejam sugeridas pelas práticas usuais de negócios, políticas publicadas ou declarações específicas da entidade se, no momento da celebração do contrato, essas promessas criarem uma expectativa válida do cliente de que a entidade transferirá bem ou serviço ao cliente.

Considerando que o custo de cada computador foi de R$ 4.500 (R$ 5 mil menos o desconto de R$ 500), conclui-se que em relação a distribuição de 30 unidades haverá o reconhecimento de uma receita de R$ 135 mil (30 unid x R$ 4.500/unid).

Com isso, correta a alternativa A.

GABARITO PRELIMINAR: A


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Com relação às reservas estatutárias as afirmativas a seguir estão corretas, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) O estatuto deve estabelecer o seu limite máximo.

(B) Podem restringir o pagamento do dividendo obrigatório.

(C) A empresa deve definir a sua finalidade de modo preciso e completo.

(D) Os critérios para determinação da parcela anual do lucro líquido a ser utilizada devem ser fixados em seu estatuto.

(E) São registradas como estatutárias somente as definidas pelo estatuto que não estão previstas em lei, de modo a prevalecer a Lei.

RESOLUÇÃO:

Segundo o art. 194 da Lei n° 6.404/76 o estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I – indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

II – fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e

III – estabeleça o limite máximo da reserva.

O art. 198, por sua vez, cita que a destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório.

Com isso, incorreta a alternativa B.

GABARITO PRELIMINAR: B


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 02/01/2024, uma sociedade empresária que presta serviços de consultoria contraiu um empréstimo para pagamento em dois anos para a compra de um terreno e construção de um imóvel que será destinado ao aluguel, considerado, por ela, um ativo qualificável, de acordo com os requerimentos da NBC TG 20 (R2) – Custos de Empréstimo. Os custos do empréstimo diretamente atribuíveis à aquisição foram de R$ 50.000. Em janeiro não houve atividades de preparação para o terreno. Já em fevereiro foram realizados trabalhos técnicos e administrativos anteriores ao início da construção física, como obtenção de permissões para o início da construção física. Em março, foram iniciadas as atividades de preparação do terreno e desenvolvimento do projeto, enquanto as obras efetivamente começaram em maio. Os custos relacionados ao empréstimo começaram a ser reconhecidos como ativo no mês de

(A) Janeiro.

(B) Fevereiro.

(C) Março.

(D) Abril.

(E) Maio.

RESOLUÇÃO:

O Pronunciamento Técnico CPC 20, que praticamente é cobrado regularmente apenas em provas da FGV, cita o seguinte a respeito do início da capitalização:

17. A entidade deve iniciar a capitalização dos custos de empréstimos como parte do custo de um ativo qualificável na data de início. A data de início para a capitalização é a primeira data em que a entidade satisfaz todas as seguintes condições:

(a) incorre em gastos com o ativo;

(b) incorre em custos de empréstimos; e

(c) inicia as atividades que são necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos.

A ideia é que os três requisitos devem estar cumpridos para que a entidade capitalize (ative) os juros.

O item 19 do Pronunciamento Técnico CPC 20 cita que as atividades necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos, citados no item “c” acima,  abrangem mais do que a construção física do ativo. Elas incluem trabalho técnico e administrativo anterior ao início da construção física, tais como atividades associadas à obtenção de permissões para o início da construção física.

Segundo o enunciado em fevereiro foram realizados trabalhos técnicos e administrativos anteriores ao início da construção física, como obtenção de permissões para o início da construção física.

Com isso, correta a alternativa B.

GABARITO PRELIMINAR: B


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) A Cia Industrial XYZ costuma adquirir matéria prima e pagar o montante ao fornecedor 30 dias depois da compra, um prazo que é usual em seu setor. Além disso, ela costuma classificar os juros pagos e recebidos como fluxo de caixa de financiamento e de investimento, respectivamente. Em 10/01/2024, a empresa estruturou uma operação especial com seu fornecedor, adquirindo 30 quilos de matéria prima. O preço normal do quilo é R$ 50. No entanto, nesta compra, a Cia XYZ pagou R$ 1.700, com pagamento previsto em 180 dias. No momento do pagamento, a saída de caixa é classificada como:

(A) R$ 1.700 em Atividade Operacional.

(B) R$ 1.700 em Atividade de Investimento.

(C) R$ 1.700 em Atividade de Financiamento.

(D) R$ 1.500 em Atividade Operacional e R$200 em Atividade de Investimento.

(E) R$ 1.500 em Atividade Operacional e R$200 em Atividade de Financiamento.

RESOLUÇÃO:

Segundo as informações do enunciado a Cia. Industrial XYZ adquiriu a prazo matérias-primas pelo valor de R$ 1.700. Pelos dados conclui-se que se a compra fosse à vista o valor praticado teria sido de R$ 1.500 (R$ 50/kg x 30 kg).

Portanto, percebemos que há um elemento de financiamento de R$ 200 embutido no valor da compra a prazo. Este valor é considerado uma despesa financeira pelo adquirente. O CPC 03 encoraja que os pagamentos de juros sejam classificados como fluxo de caixa das atividades operacionais, mas admite sua classificação, de maneira alternativa, como fluxo de caixa das atividades de financiamento. Note que o próprio enunciado cita que os juros pagos são classificados como fluxo de caixa de financiamento.

Assim, no momento do pagamento de R$ 1.700 a empresa evidenciará o valor de R$ 1.500 (equivalente ao valor à vista) como fluxo de caixa das Atividades Operacionais e R$ 200 como fluxo de caixa das atividades de financiamento.

Assim, correta a alternativa E.

GABARITO PRELIMINAR: E


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Ao comparar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), pode-se considerar que a DMPL é mais informativa, uma vez que evidencia.

(A) o lucro ou prejuízo por segmento econômico.

(B) os detalhamentos das receitas e despesas do período.

(C) o valor do dividendo que será utilizado para manter a capacidade física da empresa.

(D) a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido e indica a formação e a utilização de todas as reservas.

(E) o valor gasto no lançamento bem sucedido de novas ações que foi transferido posteriormente para resultado, de modo destacado.

RESOLUÇÃO:

Como o próprio nome sugere, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) evidencia as variações ocorridas ao longo do período na conta “lucros ou prejuízos acumulados”. Seu principal objetivo é evidenciar a distribuição do resultado do exercício.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, por outro lado, evidencia as variações ocorrida em todas as contas do Patrimônio Líquido, complementando as informações contidas no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.

Assim, correta a alternativa D.

GABARITO PRELIMINAR: D


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) De acordo com a NBC TG 27 (R4) – Ativo Imobilizado, os usuários das demonstrações contábeis podem entender que algumas informações são relevantes para as suas necessidades, de modo que as entidades são encorajadas a divulgá-las. Avalie se tais informações relevantes incluem:

I. Valor contábil do ativo imobilizado que está temporariamente ocioso.

II. Valor contábil bruto de ativo imobilizado totalmente depreciado que ainda está em operação.

III. Valor contábil de ativos imobilizados retirados de uso ativo e não classificados como mantidos para venda.

IV. Valor justo do ativo imobilizado que é materialmente diferente do valor contábil apurado pelo método do custo.

Está correto o que se afirma em:

(A) I e II, somente.

(B) III e IV, somente.

(C) I, II e III, somente.

(D) II, III e IV, somente.

(E) I, II, III e IV.

RESOLUÇÃO:

Questão literal sobre o item 79 do Pronunciamento Técnico CPC 27. Veja:

79. Os usuários das demonstrações contábeis também podem entender que as informações seguintes são relevantes para as suas necessidades:

(a) o valor contábil do ativo imobilizado que esteja temporariamente ocioso;

(b) o valor contábil bruto de qualquer ativo imobilizado totalmente depreciado que ainda esteja em operação;

(c) o valor contábil de ativos imobilizados retirados de uso ativo e não classificados como mantidos para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; e

(d) o valor justo do ativo imobilizado quando este for materialmente diferente do valor contábil apurado pelo método do custo.

Por isso, as entidades são encorajadas a divulgar esses valores.

Assim, correta a alternativa E.

GABARITO PRELIMINAR: E


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Um profissional de investimentos está analisando as demonstrações contábeis de duas empresas distintas referentes a períodos distintos, do seguinte modo:

Cia A: análise das demonstrações de 31/12/2006.

Cia B: análise das demonstrações de 31/12/2016.

As duas empresas incorreram em aplicações de recursos em despesas com expectativa de contribuição para a formação do resultado de mais de um exercício social.

A Cia A classificou o fato como ativo diferido; já a Cia B o classificou como

(A) Despesa.

(B) Ativo Circulante.

(C) Ativo Intangível.

(D) Ativo Imobilizado.

(E) Ativo Realizável a Longo Prazo.

RESOLUÇÃO:

Faziam parte do Ativo Diferido as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais.

No entanto, a Lei n° 11.941/09 alterou a Lei n° 6.404/76, revogando o inciso que tratava do Ativo Diferido. Assim, tal subgrupo foi extinto.

Segundo a Orientação OCPC 02 os valores que eram anteriormente admitidos como despesas pré-operacionais precisam agora ser reanalisados: se vinculados ao processo de preparação de máquinas e equipamentos para estarem em condições de funcionamento, por exemplo, esses gastos são agregados ao custo do próprio imobilizado, que deve incorporar todos os custos vinculados à sua aquisição ou construção e todos os demais necessários a colocá-los em condições de funcionamento (transporte, seguro, tributos não recuperáveis, montagem, testes, etc.). Os gastos relativos a atividades de administração e vendas, mesmo que vinculados a treinamento, aprendizado, etc., são considerados diretamente como despesas do exercício. Os relativos às atividades até que a planta atinja níveis normais de operação também são considerados como despesa do exercício.

Portanto, conclui-se que a Cia B deve classificar o gasto como despesa (a não ser que seja um gasto pré-operacional relacionado a imobilizado ou intangível, quando tais valores são ativados).

GABARITO PRELIMINAR: A


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Uma loja vendia esteiras. Cada esteira tinha custo de R$ 2.000 e era vendida por R$ 2.500. Além disso, a loja pagava a seus vendedores uma comissão de 10% sobre o preço da venda. A oferecia frete grátis para os seus consumidores, de modo que era responsável por pagar pela entrega da esteira vendida. Em junho de 2024 o valor pago pela entrega de cada esteira era de R$ 200. Já em julho, devido a aumento no preço do combustível, esse valor passou para R$ 300. Assinale a opção que indica o valor unitário da esteira mensurado como estoque no balanço patrimonial da loja em 30/06/2024 e em 31/07/2024:

(A) R$ 2.000 e R$ 1.950

(B) R$ 2.000 e R$ 2.000

(C) R$ 2.050 e R$ 1.950

(D) R$ 2.250 e R$ 2.250

(E) R$ 2.300 e R$ 2.200

RESOLUÇÃO:

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 16 os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Vamos, então, calcular este valor em junho e julho de 2024.

Valor Realizável Líquido = Preço de Venda – Despesas de Venda
Valor Realizável Líquido junho = R$ 2.500 – R$ 250 – R$ 200 = R$ 2.050
Valor Realizável Líquido julho = R$ 2.500 – R$ 250 – R$ 300 = R$ 1.950

Agora basta comparar o custo com o valor realizável líquido, adotando o menor valor para mensurar os estoques.

Conclui-se, portanto, que em junho os estoques estarão mensurados por R$ 2.000 (custo), ao passo que em julho por R$ 1.950 (valor realizável líquido).

Assim, correta a alternativa A.

GABARITO PRELIMINAR: A


Pessoal, agora vamos passar para a análise da prova de Contabilidade Avançada e de Custos.

Prova de Contabilidade Avançada e Custos


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em dezembro de 2023, em uma viagem de São Paulo a Orlando, dez passageiros solicitaram, antecipadamente, refeições vegetarianas, de acordo com as normas da empresa aérea. No entanto, a companhia aérea não serviu essas refeições na viagem. Oito passageiros entraram na justiça contra a companhia aérea, em processos separados. A companhia aérea estimou que a perda era provável e que teria que pagar R$ 3.000 a cada passageiro na justiça, de modo que provisionou esse montante estimado. As causas foram julgadas em janeiro de 2024. Cinco passageiros ganharam as suas causas, e a companhia aérea foi condenada a pagar R$ 4.000 a cada um deles. Ainda, três passageiros perderam as suas causas e não poderão recorrer. Na Demonstração do Resultado do Exercício da Companhia Aérea, em 31/01/2024, deve-se reconhecer

(A) despesa com contingências de R$ 8.000.

(B) reversão da provisão de R$ 4.000.

(C) reversão da provisão de R$ 10.000.

(D) despesa com contingências de R$ 5.000 e reversão da provisão de R$ 9.000.

(E) despesa com contingências de R$ 5.000 e reversão da provisão de R$ 15.000.

RESOLUÇÃO:

Segundo o item 14 do Pronunciamento Técnico CPC 25 uma provisão deve ser reconhecida quando:

(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;

(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e

(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.

Considerando que em dezembro de 2023 a companhia aérea estimou que a perda era provável e que teria que pagar R$ 3.000 a cada passageiro na justiça, conclui-se que naquele momento houve o provisionamento de R$ 24 mil, de acordo com o seguinte lançamento contábil:

            D – Despesa com Provisão            R$ 24.000            ( ↓ Resultado)
            C – Provisão para Contingências            R$ 24.000            ( ↑ Passivo Exigível)

Segundo o enunciado cinco passageiros ganharam as suas causas e a companhia aérea foi condenada a pagar R$ 4.000 a cada um deles, totalizando R$ 20 mil. O seguinte lançamento, portanto, será realizado:

            D – Provisão para Contingências            R$ 20.000            ( ↓ Passivo Exigível)
            C – Bancos            R$ 20.000            ( ↓ Ativo)

Note que após o lançamento acima o saldo das provisões será de R$ 4 mil. Como os demais três passageiros perderam as suas causas e não poderão recorrer não há mais sentido em mantê-lo e a entidade deverá revertê-lo de acordo com o seguinte lançamento:

            D – Provisão para Contingências            R$ 4.000            ( ↓ Passivo Exigível)
            C – Receita com Reversão de Provisão            R$ 4.000            ( ↑ Resultado)

Com isso, correta a alternativa B.

GABARITO PRELIMINAR: B


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 31/12/2022 uma loja de roupas apresentava saldo a receber de clientes de R$ 600.000 e perdas estimadas com crédito de liquidação duvidosa de 4% desse valor. A loja estimava as perdas com crédito de liquidação duvidosa com base, exclusivamente, no histórico de vendas da loja.

Em 2023, a loja decidiu considerar o histórico e também as perspectivas econômicas do país para estimar as perdas, de modo que verificou que deveria calcular a perda estimada com base em 6% do saldo a receber de clientes. No ano, as vendas a prazo foram de R$ 700.000.

Com base na NBC TG 23 (R2) – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro, assinale a opção que indica o posicionamento a ser adotado pela empresa em virtude da mudança na porcentagem para o cálculo e o saldo de perdas estimadas com crédito de liquidação duvidosa no balanço patrimonial comparativo de 31/12/2022, apresentado em 31/12/2023:

(A) Retificação de erro; R$ 36.000

(B) Mudança de estimativa; R$ 24.000

(C) Mudança de estimativa; R$ 36.000

(D) Mudança de política contábil; R$ 24.000

(E) Mudança de política contábil; R$ 36.000

RESOLUÇÃO:

A alteração do percentual utilizado para constituição de perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa é considerada pelo Pronunciamento Técnico CPC 23 como mudança de estimativa contábil. Segundo o item 32 de tal pronunciamento desenvolver estimativas contábeis envolve o uso de julgamentos ou pressupostos baseados na última informação disponível e confiável.

O item 34, por sua vez, cita que a entidade pode precisar alterar uma estimativa contábil se ocorrerem mudanças nas circunstâncias em que a estimativa contábil se baseou ou em consequência de novas informações ou maior experiência. Por sua natureza, uma mudança em uma estimativa contábil não se relaciona com períodos anteriores e não é a correção de um erro.

Portanto, tal mudança de estimativa contábil terá apenas efeitos prospectivos, não afetando a o valor das perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa de R$ 24 mil (4% de R$ 600 mil) que foram constituídas em 31/12/2022 e será evidenciado no Balanço Patrimonial de 31/12/2023 de maneira comparativa.

Com isso, correta a alternativa B.

Tenha cuidado, pois a banca não deseja o novo saldo das perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa de R$ 42 mil (ref. ao Balanço Patrimonial de 31/12/2023), mas apenas o saldo desta conta em 31/12/2022.

GABARITO PRELIMINAR: B


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) A Cia Rosa, localizada no Brasil, exerce o controle da Cia Pink, localizada nos Estados Unidos e reconhece a sua participação de acordo com o método de equivalência patrimonial, seguindo o posicionamento da NBC TG 02 (R3) – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis.

Os efeitos da variação cambial do investimento na Cia Pink serão reconhecidos como receita ou despesa no resultado da Cia Rosa quando

(A) o resultado anual for realizado.

(B) o resultado anual for divulgado.

(C) os dividendos forem declarados.

(D) os dividendos forem recebidos.

(E) o investimento for vendido.

RESOLUÇÃO:

Inicialmente vale lembrar que as variações cambiais do investimento na Cia Pink são reconhecidas diretamente no patrimônio líquido, na conta ajustes acumulados de conversão.

Segundo o item 32 do Pronunciamento Técnico CPC tais variações cambiais devem ser transferidas do patrimônio líquido para a demonstração do resultado quando da baixa do investimento líquido.

Portanto, correta a alternativa E.

GABARITO PRELIMINAR: E


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) As Cias A, B e C apresentavam os seguintes balanços patrimoniais em 31/12/2023:

Em janeiro de 2024, os acionistas das três empresas decidiram realizar a fusão, abrangendo as respectivas empresas.

Após a fusão, os ativos e os passivos são reconhecidos no balanço patrimonial.

(A) da Cia A, por ter o maior saldo em disponibilidades.

(B) da Cia A, por ter o maior saldo em patrimônio líquido.

(C) da Cia B, por ter o maior saldo em ativo imobilizado.

(D) da Cia C, por ter o maior saldo ativo total.

(E) da nova empresa criada.

RESOLUÇÃO:

Infelizmente houve a supressão dos Balanços Patrimoniais e não há como resolver a questão. É provável que a banca anule a questão… Pelo menos assim espero!

GABARITO PRELIMINAR: E


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) As Cias X e Y apresentavam os seguintes balanços patrimoniais em 31/12/2023:

Em 02/01/2024, a Cia X adquiriu 70% de participação na Cia Y por R$ 57.000. Na data, as obrigações com terceiros de curto prazo e de longo prazo tinham, respectivamente, valor de mercado de R$ 37.000 e de R$ 45.000.

A Cia X reconheceu um goodwill no balanço patrimonial consolidado, após a data de aquisição, considerando a expectativa de plena recuperabilidade.

Assinale a opção que indica o valor do goodwill reconhecido.

(A) R$ 2.500.

(B) R$ 6.000.

(C) R$ 8.000.

(D) R$ 9.400.

(E) R$ 10.900.

RESOLUÇÃO:

Infelizmente houve a supressão dos Balanços Patrimoniais e não há como resolver a questão. É provável que a banca anule a questão… Pelo menos assim espero!

GABARITO PRELIMINAR: D


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 31/12/2021, uma empresa adquiriu, de terceiros, uma marca por R$ 120.000. A marca será utilizada no lançamento de um novo produto e foi classificada como ativo intangível de vida útil indefinida, uma vez que não havia limite previsível para o período no qual deveria gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a empresa.

A empresa efetua o teste de recuperabilidade do ativo de forma constante.

Na data de aquisição, a empresa tinha expectativa de recuperar o valor investido na marca em cinco anos e continuar utilizando a marca ao longo do tempo.

Já em 31/12/2022, a empresa constatou que conseguiria recuperar o investimento em oito anos, a partir daquela data, enquanto o ativo continuaria sendo utilizado nas operações.

A empresa reconheceu, então, a despesa com a perda de recuperabilidade do ativo, em sua demonstração do resultado.

O posicionamento da empresa está

(A) incorreto, uma vez que o ativo é intangível.

(B) incorreto, uma vez que a vida do ativo é indefinida.

(C) incorreto, uma vez que não houve motivos para reconhecimento da perda.

(D) correto, uma vez que houve mudança na estimativa de retorno do ativo.

(E) correto, uma vez que há dúvidas em relação ao retorno do ativo.

RESOLUÇÃO:

Segundo os dados fornecidos não havia limite previsível para o período no qual deveria gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a empresa. Interessante notar que inicialmente a expectativa da entidade era de recuperar o valor investido na marca em cinco anos. Em outras palavras, o valor presente dos fluxos de caixa dos próximos 5 anos equivale ao valor de R$ 120 mil pago pela marca.

O item 35 do Pronunciamento Técnico CPC 01, ao discutir o cálculo do valor em uso, cita que geralmente, orçamentos e previsões financeiras de fluxos de caixa futuros para períodos superiores a cinco anos, detalhados, explícitos e confiáveis, não estão disponíveis. Por essa razão, as estimativas da administração de fluxos de caixa futuros devem ser baseadas nos mais recentes orçamentos e previsões para um período máximo de cinco anos. A administração pode utilizar projeções de fluxo de caixa baseadas em orçamentos e previsões financeiras para um período superior a cinco anos se estiver convicta de que essas projeções são confiáveis e se puder demonstrar sua capacidade, baseada na experiência passada, de fazer previsão acurada de fluxo de caixa para esse período mais longo.

Note que essa exceção foi utilizada pela empresa, ao constatar em 31/12/2022 que conseguiria recuperar o investimento em oito anos. A única mudança que tivemos, portanto, foi que a estimativa dos fluxos de caixa relacionados ao item diminuiu e, consequentemente, demorará mais tempo para a entidade recuperar o valor investido.

No entanto, como não havia limite previsível para o período no qual deveria gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a empresa isso significa que o valor em uso supera o custo do item e, consequentemente, não há que se cogitar reconhecimento de perda por desvalorização (afinal, se o valor em uso supera o valor contábil, que no caso é representado pelo custo, certamente não há desvalorização).

Assim, correta a alternativa C.

GABARITO PRELIMINAR: C


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 2023, uma sociedade empresária captou recursos no mercado financeiro no valor de R$ 500.000, por meio da emissão de debêntures.

No processo, incorreu nos seguintes gastos:

• Custos de registro: R$ 27.000

• Custos internos administrativos: R$ 30.000

• Elaboração de prospectos e relatórios: R$ 12.000

• Gastos com publicidade: R$ 25.000

• Remuneração de serviços profissionais de auditores: R$ 40.000

• Remuneração de serviços profissionais de advogados: R$ 15.000

• Taxas e comissões: R$ 20.000

Assinale a opção que indica a mensuração dos custos de transação relacionados à emissão da debênture

(A) R$ 87.000

(B) R$ 104.000

(C) R$ 112.000

(D) R$ 144.000

(E) R$ 169.000

RESOLUÇÃO:

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 08, que encontra-se atualmente revogado, custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis à captação de recursos. São, por natureza, gastos incrementais, já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. Exemplos de custos de transação são:

i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios;

ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.);

iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows);

iv) taxas e comissões;

v) custos de transferência;

vi) custos de registro etc.

Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento.

Assim, são custos de transação:

            Custos de registro            R$ 27.000

            Elaboração de prospectos e relatórios   R$ 12.000

            Gastos com publicidade            R$ 25.000

            Remuneração de serviços profissionais de auditores            R$ 40.000

            Remuneração de serviços profissionais de advogados            R$ 15.000

            Taxas e comissões            R$ 20.000

           Custos de Transação           R$ 139.000

Portanto, não há alternativa válida.

Pelo gabarito apontado pela banca FGV (alternativa C) notamos que provavelmente ela desconsiderou o custo de registro no conceito de custo de transação. Lembro que o CPC 08 está revogado não por apresentar disposições incompatíveis, mas por ser redundante com as informações do próprio CPC 48 – Instrumentos Financeiros.

Aliás, este último pronunciamento cita no item B5.4.7 que os custos de transação devem incluir taxas e comissão pagas a agentes (incluindo empregados que atuam como agentes de venda), consultores, corretores e revendedores, arrecadações por agências reguladoras e bolsas de valores, e impostos e encargos de transferências. Os custos de transação não devem incluir prêmios ou descontos de dívida, custos de financiamento ou custos administrativos internos ou de retenção.

Ora, a taxa de registro nada mais é que um valor cobrado pela bolsa de valores para que a entidade faça a distribuição de debêntures. Apenas a título de exemplo, a CVM fixa o percentual de 0,3% para o registro de emissão de debêntures para distribuição pública. Trata-se, sem dúvida, de gasto incremental que seria evitado caso a captação de recursos não fosse realizada.

Portanto, no meu entendimento, não há resposta correta.

GABARITO PRELIMINAR: C


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em janeiro de 2023, uma sociedade empresária que prestava serviços de consultoria tributária adquiriu um terreno ao lado de seu escritório por R$ 200.000. Inicialmente, a sociedade empresária tinha a intenção de manter o terreno pelos vinte anos seguintes, de modo a evitar que outra empresa se instalasse no local e, assim, proteger a sua posição competitiva.

Neste período, o ativo era utilizado como estacionamento pago pelo público externo. Na data da compra, o valor justo do terreno era estimado em R$ 180.000.

Em 31/12/2023, foi estimado que o terreno poderia ser vendido por R$ 210.000. Além disso, um terreno de iguais dimensões e localização equivalente poderia ser comprado em Brasília por R$ 250.000. Ainda, o valor em uso do ativo era estimado em R$ 170.000.

Assinale a opção que indica o valor justo do terreno em 31/12/2023, de acordo com as determinações da NBC TG 46 (R2) – Mensuração do Valor Justo.

(A) R$ 170.000.

(B) R$ 180.000.

(C) R$ 200.000.

(D) R$ 210.000.

(E) R$ 250.000.

RESOLUÇÃO:

Valor justo é definido como sendo o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.

Segundo o Manual FIPECAFI (4ª edição):

“Então, o valor justo mensurado em conformidade com as orientações do CPC 46 resultará no montante que se espera receber pela venda do ativo em condições normais. Nesse sentido, em geral, o preço de cotação num mercado ativo do item será a melhor evidência de valor justo.”

Com isso, no caso em tela conclui-se que o valor justo do terreno é de R$ 210 mil, que é o preço estimado que ele poderia ser vendido.

Assim, correta a alternativa D.

GABARITO PRELIMINAR: D


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) A Cia A fabrica equipamentos de grande porte e os arrenda para empresas industriais. Em janeiro de 2024, a Cia A arrendou um equipamento que havia fabricado, para a Cia B, pelo período de dez anos, que irá usá-lo em suas operações. O valor presente dos recebimentos do arrendamento é de R$ 80.000. Na data, foi estimado que um equipamento semelhante poderia ser comprado diretamente de outro fornecedor por R$ 82.000. Além disso, a vida útil do equipamento é estimada em dez anos. Na data de início do arrendamento, a Cia A e a Cia B devem reconhecer o equipamento, respectivamente, como

(A) contas a receber e direito de uso

(B) contas a receber e ativo intangível

(C) contas a receber e receita antecipada

(D) despesa antecipada e direito de uso

(E) despesa antecipada e equipamento

RESOLUÇÃO:

Segundo o Pronunciamento Técnico 06 o arrendador (Cia A) deve classificar cada um de seus arrendamentos como arrendamento operacional ou arrendamento financeiro. O arrendamento é classificado como arrendamento financeiro se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. O arrendamento é classificado como arrendamento operacional se não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente.

O item 63 do Pronunciamento Técnico CPC 06 cita que O fato de o arrendamento ser arrendamento financeiro ou arrendamento operacional depende da essência da transação, em vez da forma do contrato. A seguir, exemplos de situações que, individualmente ou em combinação, normalmente levariam o arredamento a ser classificado como arrendamento financeiro:

(a) o arrendamento transfere a propriedade do ativo subjacente ao arrendatário ao final do prazo do arrendamento;

(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo subjacente a preço que se espera que seja suficientemente mais baixo do que o valor justo na data em que a opção se tornar exercível, para que seja razoavelmente certo, na data de celebração do arrendamento, que a opção será exercida;

(c) o prazo do arrendamento é equivalente à maior parte da vida econômica do ativo subjacente, mesmo se a propriedade não for transferida;

(d) na data da celebração do arrendamento, o valor presente dos recebimentos do arrendamento equivale substancialmente à totalidade do valor justo do ativo subjacente; e

(e) o ativo subjacente é de natureza tão especializada que somente o arrendatário pode usá-lo sem modificações importantes.

No caso em tela, portanto, conclui-se que se trata de arrendamento financeiro.

O item 67 cita que na data de início, o arrendador deve reconhecer os ativos mantidos em arrendamento financeiro em seu balanço patrimonial e deve apresentá-los como recebível ao valor equivalente ao investimento líquido no arrendamento.

O arrendatário (Cia B), por outro lado, deve reconhecer o ativo de direito de uso e o passivo de arrendamento correspondente, independentemente de qual seja o tipo de arrendamento.

Com isso, correta a alternativa A.

GABARITO PRELIMINAR: A


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Durante o ano de 2023, uma sociedade empresária desenvolveu um projeto internamente que gerou um novo produto, com capacidade de geração de lucro. No processo de criação, R$ 60.000 foram reconhecidos como despesa e R$ 20.000 como ativo intangível, de acordo com as especificações da NBC TG 04 (R4)– Ativo Intangível. Do montante reconhecido como despesa, R$ 15.000 dizem respeito à fase de pesquisa e R$ 45.000, à fase de desenvolvimento. Em 01/01/2024, o produto começou a ser efetivamente utilizado na atividade operacional da empresa e passou a gerar receitas recorrentes. Na data, a sociedade empresária deve

(A) baixar o ativo de R$ 20.000 e reconhecê-lo como despesa.

(B) reverter a despesa de R$ 15.000 e contabilizá-la como ativo.

(C) reverter a despesa de R$ 45.000 e contabilizá-la como ativo.

(D) reverter a despesa de R$ 60.000 e contabilizá-la como ativo.

(E) manter R$ 20.000 como ativo, sem realizar reversões no resultado.

RESOLUÇÃO:

Na minha opinião a questão é mal formulada.

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 04 nenhum ativo intangível resultante de pesquisa deve ser reconhecido. Os gastos com devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos.

Por outro lado, o item 57 do CPC 04, muito cobrado em prova, cita que um ativo intangível resultante de desenvolvimento deve ser reconhecido somente se a entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:

(a) viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado para uso ou venda;

(b) intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;

(c) capacidade para usar ou vender o ativo intangível;

(d) forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. Entre outros aspectos, a entidade deve demonstrar a existência de mercado para os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade;

(e) disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e

(f) capacidade de mensurar com confiabilidade os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu desenvolvimento.

De acordo com o enunciado no processo de criação gastos de R$ 60 mil foram reconhecidos como despesa, sendo que R$ 15 mil dizem respeito à fase de pesquisa e R$ 45 mil à fase de desenvolvimento.

No meu entendimento há duas hipóteses, neste caso. Vejamos cada uma delas!

A primeira é que é plenamente possível que o projeto esteja na fase de desenvolvimento, mas os gastos ainda sejam tratados como despesas, dado que é absolutamente necessário que todos os requisitos elencados no item 57 sejam satisfeitos para que ocorra a ativação. Nessa hipótese a alternativa E está correta, dado que não há qualquer reversão a ser realizada.

A segunda é: o contador errou! Nesse cenário estaríamos pressupondo que os requisitos elencados no item 57 foram observados e por um equívoco houve o lançamento dos gastos incorridos na fase de desenvolvimento no resultado, como despesa. Nessa hipótese o procedimento correto seria reverter a despesa de R$ 45 mil, referente ao gasto com desenvolvimento, e contabilizá-la como ativo.

A banca FGV adotou a alternativa E como gabarito preliminar.

No entanto, a forma como ela constrói o cenário proposto pelo enunciado induz os candidatos ao erro, não é?

GABARITO PRELIMINAR: E


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 10/12/2024, uma sociedade empresária não apresentava passivos em seu balanço patrimonial. Na data, adquiriu um veículo para realizar o transporte de seus funcionários por R$ 100.000. O pagamento tinha vencimento previsto para 30/12/2027. Se o veículo fosse adquirido à vista, o preço pago seria de R$ 90.000. Ainda, se fosse realizada a compra simultânea de mais de cinco veículos, o preço unitário a pagar seria de R$ 85.000.

Devido ao seu alto faturamento, a sociedade empresária julgou que o valor a pagar, reconhecido no passivo, não apresentava efeito relevante.

Assinale a opção que indica o saldo do passivo não circulante no balanço patrimonial da sociedade empresária após a compra:

(A) Zero.

(B) R$ 10.000.

(C) R$ 85.000.

(D) R$ 90.000.

(E) R$ 100.000.

RESOLUÇÃO:

O custo de um item de ativo imobilizado é equivalente ao preço à vista na data do reconhecimento. Sendo assim, na data da aquisição o seguinte lançamento contábil será efetuado:

            D – Veículos            R$ 90.000            ( ↑ Ativo)
            D – Ajustes a Valor Presente de Duplicatas a Pagar             R$ 10.000            ( ↓ Passivo Exigível)           
            C – Duplicatas a Pagar            R$ 100.000            ( ↑ Passivo Exigível)

Note, portanto, que o saldo líquido do passivo não circulante será de R$ 90 mil.

Com isso, correta a alternativa D.

GABARITO PRELIMINAR: D


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em relação à apresentação da subvenção na Demonstração do Resultado de uma entidade, analise as opções a seguir:

I. Dedução da despesa

II. Outras receitas

III. Receita financeira

De acordo com a NBC TG 07 (R2) – Subvenção e Assistência Governamentais, são aceitos para apresentação das subvenções quando apresentada como crédito na demonstração do resultado o que se afirma em:

(A) I, somente.

(B) I e II, somente.

(C) I e III, somente.

(D) II e III, somente.

(E) I, II e III.

RESOLUÇÃO:

Segundo o item 29 do Pronunciamento Técnico CPC 07 a subvenção é algumas vezes apresentada como crédito na demonstração do resultado, quer separadamente sob um título geral tal como ”outras receitas“, quer, alternativamente, como dedução da despesa relacionada. A subvenção, seja por acréscimo de rendimento proporcionado ao empreendimento, ou por meio de redução de tributos ou outras despesas, deve ser registrada na demonstração do resultado no grupo de contas de acordo com a sua natureza.

Assim, correta a alternativa B.

GABARITO PRELIMINAR: B


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Leia o fragmento a seguir.

Uma empresa de consultoria apresentava ponto de equilíbrio contábil de R$ 100.000. Isso significa que quando _____________________ é ___________ R$ 100.000, a empresa não tem prejuízo. Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas do fragmento acima.

(A) o lucro líquido – igual a

(B) a receita bruta – igual a

(C) a receita de vendas – igual a

(D) a receita bruta – maior que

E) a receita de vendas – maior que

RESOLUÇÃO:

Segundo Eliseu Martins “Ponto de Equilíbrio será obtido quando a soma das Margens de Contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir os Custos e Despesas Fixos; esse é o ponto em que contabilmente não haverá nem lucro e nem prejuízo (supondo produção igual à venda”.

O Ponto de Equilíbrio Contábil Contábil também pode ser definido como o ponto em que a receita total (assim entendido como o preço de venda unitário multiplicado pela quantidade de itens produzidos e vendidos) se iguala aos custos e despesas totais.

Receitas Totais = Custos e Despesas Totais → Ponto de Equilíbrio Contábil

Por este motivo a banca FGV adotou, preliminarmente, a alternativa C como gabarito da questão.

No entanto, não vejo qualquer erro na alternativa B, pois a receita bruta é obtida pela multiplicação dos preços de venda pela quantidade de produtos comercializados…

GABARITO PRELIMINAR: C


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Um prédio de dez andares é utilizado por diferentes empresas do setor de confecção têxtil de pequeno porte para sua produção, sendo uma empresa por andar. Em 2023 e 2024 o número de andares alugados era, respectivamente, de 7 e 9.

O prédio é administrado por um condomínio que centraliza os gastos. Assim, mensalmente, a conta de água é recebida pelo prédio e dividida pelo número de andares ocupados.

O custo mensal com água é considerado, por cada empresa como:

(A) Fixo e indireto

(B) Fixo e direto

(C) Variável indireto

(D) Variável e direto

(E) Semi variável e direto

RESOLUÇÃO:

Custos Diretos representam os custos que podem ser apropriados diretamente ao produto, pois em sua produção há uma medida objetiva de consumo, tais como: matéria-prima consumida; horas de mão de obra utilizadas; embalagens utilizadas; depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de um único produto etc.

Custos Indiretos, por sua vez, representam os custos que não possuem condição de serem apropriados de forma objetiva aos produtos. A alocação de tais custos é realizada por meio de rateios ou estimativas. São exemplos de custos indiretos: Mão de obra indireta; Seguros e aluguéis da fábrica; Gastos com limpeza e segurança da fábrica; Energia elétrica; Depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de mais de um produto; Salário da supervisão e chefia; Materiais indiretos etc.

Custos Fixos são aqueles custos que sem mantém constante qualquer que seja o volume de produção. Em outras palavras, independentemente de aumentos ou diminuições no volume de produção o custo total será o mesmo.

Custos Variáveis, por fim, são aqueles custos que variam diretamente em função do volume de produção, ou seja, quanto maior a quantidade produzida, maior será seu consumo total, tais como: Matéria-prima; Embalagens; Mão de Obra Direta; Materiais Indiretos; Energia Elétrica consumida na fábrica.

Portanto, julgo que faltam informações para classificarmos o custo com a água em direto ou indireto, pois não sabemos se as empresas produzem apenas um produto ou vários…

Partindo do pressuposto que as empresas têxteis fabricam vários produtos (meias, cuecas, camisetas etc) conclui-se que o custo com a água será classificado como indireto. Se, por outro lado, a empresa produz um único produto o custo com a água será classificado como direto.

Ainda, pelas informações do enunciado não sabemos como é a relação do custo com a água em relação à quantidade produzida. Se você partisse do pressuposto que sim, há uma relação direta entre o valor da conta de água com o nível de produção, o custo será classificado como variável. Caso não haja tal relação, seria classificado como fixo. Como o enunciado cita que o gasto da água é dividido igualmente entre todos os condôminos eu classificaria o custo como fixo.

No gabarito preliminar a banca FGV adotou que o custo com a água deve ser classificado como fixo e indireto.

GABARITO PRELIMINAR: A


(FGV – Auditor Fiscal – Pref. Cuiabá/MT – 2024) Em 2023, uma loja de roupas apresentava margem de contribuição de R$120. Já em 2024, a margem de contribuição era de R$200.

Assinale a opção que indica uma possível causa para o aumento da margem de contribuição, mantendo-se os outros fatores iguais:

(A) diminuição no preço da matéria prima utilizada.

(B) diminuição no preço do produto vendido.

(C) aumento nos custos fixos.

(D) aumento no número de unidades vendidas.

(E) aumento na comissão oferecida aos vendedores.

RESOLUÇÃO:

Margem de Contribuição representa a diferença entra o preço de venda e os custos variáveis e despesas variáveis do produto.

GABARITO PRELIMINAR: A


Com isso finalizamos a análise das 25 questões de Contabilidade aplicadas pela banca FGV na prova de Auditor Fiscal da Pref. de Cuiabá/MT.

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